A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, entidade que representa os fabricantes de autoveículos e máquinas autopropulsadas, apresentou na quinta-feira, 7, em São Paulo, suas projeções para o desempenho de licenciamento, exportação e produção da indústria automobilística em 2016.
De acordo com os dados, há expectativa de que a produção registre estabilidade na comparação com o ano passado, com ligeiro aumento de 0,5%. Na visão de Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da Anfavea, dois fatores principais contribuem para esta análise: “Acreditamos que em 2016 haverá um aumento das exportações, ocasionado pelo esforço das empresas em expandir negócios externos em um momento cambial oportuno. Além disso, também em função do câmbio, projetamos redução da participação dos importados, que tendem a ser substituídos por produtos nacionais. Esses dois fatores, aliados a uma estabilidade do contexto macroeconômico, maior número de dias úteis e expectativa de lançamentos, nos levam a crer em aumento da produção este ano, mesmo com alguma retração do licenciamento”.
A entidade prevê que os licenciamentos de autoveículos em 2016 devem cair 7,5% quando comparados com 2015. Para exportações, novo crescimento deverá ocorrer este ano: a projeção é de elevação de 8,1%. Para o segmento de máquinas autopropulsadas, os dados apontam aumento de 2% nas vendas internas, elevação de 2,3% da produção e alta de 7% na exportação.
Desempenho da indústria automobilística em 2015
A Anfavea divulgou também na quinta-feira, 7, o balanço do último mês de 2015 e o desempenho consolidado da indústria automobilística em 2015. Os dados mostram que em dezembro foram comercializados 227,8 mil autoveículos, número 16,7% maior que novembro e 38,4% menor que o mesmo mês do ano anterior.
Com o resultado, as 2,57 milhões de unidades negociadas em todo o ano de 2015 representam uma retração de 26,6% com relação as 3,50 milhões de 2014. Para Luiz Moan Yabiku Junior o abalo na confiança foi o principal fator de influência para o resultado: “O cenário político de 2015 contribuiu para a redução da confiança dos consumidores e investidores. A consequência disso é o adiamento da compra, pois se criou uma expectativa por definições para dar maior previsibilidade e propiciar um melhor planejamento”.
Já as exportações, impulsionadas pela valorização do dólar e também pelos acordos comerciais firmados em 2015 – Argentina, Colômbia, México e Uruguai – registraram alta: em 2015 saíram do Brasil 417 mil unidades, o que frente as 334,2 mil de 2014 resultaram em acréscimo de 24,8%. Só em dezembro foram 46,2 mil autoveículos exportados, 26,5% maior que as 36,5 mil de novembro e 97,2% acima das 23,4 mil do último mês de 2014.
A produção de autoveículos terminou 2015 com redução de 22,8% na comparação das 2,43 milhões de unidades do ano passado com as 3,15 milhões de 2014. Em dezembro foram fabricados 142,9 mil autoveículos, baixa de 18,4% sobre os 175,1 mil de novembro e retração de 30% frente as 204 mil de dezembro de 2014.