Modelos Ford valorizam mercado de carros clássicos como opção de investimento na Europa

Ford Escort Cosworth 1992, Mustang Shelby 1967 e modelos Ford GT da década de 60 fazem parte da lista de carros clássicos da marca que têm atraído a atenção de investidores na Europa como alternativa às aplicações tradicionais, como ações e ouro. Segundo o chamado Índice de Investimento de Luxo Knight Frank, uma bolsa especializada que avalia a propriedade de ativos de alto valor, na última década, o setor de autos antigos registrou uma valorização total de 457%, superando os imóveis, cujo valor cresceu em média 20% no continente.

O lendário Ford GT40 alcançou o valor recorde de mais de US$ 10 milhões em leilão, de acordo com os especialistas, e hatches esportivos clássicos da marca com preços mais acessíveis também têm mostrado grande valorização, considerando seu estado de conservação.

Um exemplo marcante é o Ford Escort Cosworth 1992: um modelo com menos de 2.500 milhas rodadas, vendido por 26.102 euros na época, foi leiloado em março de 2016 por 80.001 euros. O preço médio de um Cosworth hoje chega a mais que o dobro do valor original. Há ainda registros de esportivos da Ford negociados por valores mais altos que o divulgado publicamente.

A valorização dos carros clássicos na Europa é impulsionada pela isenção de impostos para pessoas físicas sobre o lucro obtido na sua venda e para muitos colecionadores a compra representa um sonho de infância. Contudo, os especialistas alertam para as particularidades desse tipo de investimento.

“Embora a valorização dos carros clássicos tenha sido muito forte nos últimos 10 anos, os investidores precisam analisar com cautela. Nem todo modelo terá a mesma valorização”, diz Andrew Shirley, coordenador da empresa que faz o Índice de Investimentos de Luxo. “Além disso, há custos significativos associados à propriedade de ativos de luxo, como armazenamento, manutenção e seguro. Meu conselho é sempre comprar algo que você ama e vai gostar de possuir. O ganho de valor deve ser visto como um bônus.”

Os carros não são os únicos bens clássicos que se valorizaram na Europa. Entre os chamados investimentos de “paixão” estão também itens como bebidas, objetos de arte e acessórios de grife. A icônica bolsa Hermes Birkin, por exemplo, rendeu mais que o ouro e a bolsa, com um ganho anual médio de 14,2% desde o lançamento em 1981. Os vinhos finos valorizaram 24% somente em 2016 (os mais procurados no momento são os do norte da Itália) e uma moeda Rainha Victoria de 1839 foi vendida em setembro de 2015 por quase 600 mil euros, o dobro do recorde anterior.