O engenheiro automotivo e especialista da AutoInsp, João Pedro Lottermann, explica o que pode afetar o preço do veículo e como simplificar o momento de compra e venda
A decisão de vender o carro próprio pode vir deversas razões. Às vezes, o motivo é financeiro, com a dificuldade em fazer a manutenção periódica do veículo, o financiamento que está alto ou, ainda, não conseguir quitar o IPVA. Há também quem deseja venver por motivo estético ou funcional, trocar por um modelo mais novo, ou que tenha mais recursos que atendam aos novos desejos do motorista. Aqui, a motivação não importa, mas sim o estado em que se encontra o veículo em questão e o preço ofertado. Por isso, a tabela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) é um termômetro para esse momento de venda.
A conhecida tabela da Fipe é uma referência confiável e oficial para os compradores e vendedores que buscam negociar um carro, seja ele usado ou novo. A tabela é calculada mensalmente com base em informações sobre vendas e valores de carros, motos e caminhões no território nacional, ou seja, pode sofrer grandes alterações em um curto espaço de tempo e pegar os motoristas de surpresa.
Hoje, o carro zero mais barato custa mais de R$60.000, por isso, cada vez mais motoristas têm recorrido a carros usados em bom estado. “Os meios para buscar compradores também são diversos: feirões, grupos nas redes sociais e sites especializados em vendas são ótimos lugares para encontrar o seminovo ideal. Ao vender ou buscar um carro seminovo, você precisa garantir que ele esteja em um bom estado”, explica o engenheiro automotivo e sócio da AutoInsp, João Pedro Lottermann, especialista no tema. Ele elenca alguns pontos que podem desvalorizar o veículo:
1) Problemas estruturais: hoje, a maioria dos veículos são construídos baseados em uma estrutura principal, chamada de monobloco. Essa estrutura é fabricada com peças soldadas seguindo um critério de qualidade muito rigoroso dentro da fábrica. Qualquer intervenção nessa estrutura afeta diretamente na segurança dos ocupantes e, consequentemente, na qualidade e preço do veículo;
2) Pintura em mau estado: problemas de pintura podem depreciar bastante o valor de revenda. Veículos de cidades litorâneas costumam apresentar, com maior intensidade, manchas na pintura e nos vidros, corrosão de peças metálicas e desgaste das borrachas, causados pela maresia. Além disso, carros que ficam muito tempo estacionados ao sol, em regiões quentes, também sofrem as avarias do tempo;
3) Customizações: o mercado automotivo dá mais valor aos carros sem qualquer tipo de modificação. Quanto mais próximo da originalidade, maior é o valor ligado a ele. Por conta disso, algumas customizações exageradas são mal vistas e podem lesar o preço do modelo na hora da revenda;
4) Pendências com documentação: pendências como multas, licenciamento, IPVA e transferência de placa devem ser quitadas pelo motorista que pretende vender o carro. Caso contrário, poderá levantar desconfianças por parte do possível cliente, que ficará com receio de concluir a compra.
5) Histórico de procedência: a passagem por leilão, registro de roubo/furto e substituição de motor são itens que podem ser verificados em uma consulta do histórico de procedência. A depender da situação, podem desvalorizar até 20% do valor do veículo usado.
Além de tudo isso, é preciso ficar atento: existem diversos golpes que você precisa saber na hora de comprar um carro, e a AutoInsp também falou sobre o assunto.