O evento foi realizado Capela de Santana, que fica nos jardins da Casa Fiat de Cultura, com entrada gratuita
A Casa Fiat de Cultura preparou um presente especial para celebrar os 125 anos de Belo Horizonte. A Capela de Santana, que fica nos jardins da instituição, passou por um período de manutenção e foi reaberta ao público neste domingo, 11 de dezembro com a volta do programa Música na Capela. Na ocasião, o público apreciou o concerto do Quarteto de Cordas da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, que preparou um repertório versátil, com obras que percorrem os períodos Barroco, Clássico e Romântico. O concerto foi realizado na Capela de Santana, com entrada gratuita.
A Capela de Santana foi inaugurada em 1958 e é um exemplar da arquitetura modernista de Belo Horizonte. Tombada pelo patrimônio estadual e municipal, ela passou por um período de manutenção, com mais de 500 horas de trabalho para garantir a sua preservação. O cuidadoso trabalho de conservação envolveu etapas como limpeza da fachada, pintura interna, correção de pontos de infiltração, manutenção nas janelas e portas de vidro, e conservação preventiva das imagens sacras.
“É com imensa alegria que recebemos o público mineiro para este reencontro com nossa história e com a arte. Este presente para as comemorações dos 125 anos da capital mineira traz também a volta do Música na Capela, uma iniciativa que amplia a vocação da Capela de Santana, com a apresentação de diferentes gêneros musicais para oferecer momentos de alegria e cultura para todos. O Quarteto de Cordas da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, convidado desta edição, engrandece com sua excelência artística essa significativa ocasião”, afirma o presidente da Casa Fiat de Cultura, Massimo Cavallo.
Para o evento que marca a reabertura da Capela de Santana, o Quarteto de Cordas da Filarmônica de Minas Gerais vai interpretar: Mozart, com toda sua elegância e carisma no Divertimento; Borodin, com seu romantismo em um quarteto dedicado à sua esposa; o tango de Piazzolla com sangue latino; uma composição do pai do período barroco, Johann Sebastian Bach, escrita para enaltecer a Deus, o criador do universo; e Mourão, de Guerra-Peixe, peça inspirada no som das rabecas do folclore nordestino. As obras serão executadas pelos violinistas Rodrigo de Oliveira e Gabriel Almeida, pelo violista Daniel Mendes, e pelo violoncelista William Neres.
Desde 2015, o Música na Capela busca ampliar a formação musical do público, ao oferecer apresentações de experientes corais e grupos de câmara, com repertório diversificado e acesso gratuito. O programa é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério do Turismo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com o patrocínio da Fiat, do Banco Safra e da Usiminas, e co-patrocínio do Grupo Colorado. O evento tem apoio institucional do Circuito Liberdade, além do apoio do Programa Amigos da Casa, da Brose do Brasil e do Instituto Usiminas.
Capela de Santana
Localizada nos jardins da Casa Fiat de Cultura, a Capela de Santana foi construída no final dos anos 1950, por iniciativa da então primeira-dama do Estado, Francisca Tamm Bias Fortes, esposa do Governador José Francisco Bias Fortes, conhecida como Dona Queridinha. A dedicação a Santana como sua padroeira se deve ao fato de que, nos remotos dias do Curral Del Rei, existira nas proximidades da atual Praça da Liberdade uma capela com a mesma invocação, cuja imagem, considerada milagrosa, foi conservada e passou a ser venerada em igreja construída no bairro da Serra, em 1931. Em 26 de julho de 1957, dia de Santana, foi lançada a pedra fundamental da nova capela. A inauguração se deu em dezembro de 1958, com uma grande solenidade. A Capela de Santana fica situada em uma ampla área verde, com mais de 70 mangueiras centenárias que são preservadas pela Casa Fiat de Cultura.
A partir do dia 7 de janeiro de 2023, a Capela de Santana estará aberta para a comunidade, aos sábados, às 11h, para celebração de missas.
Patrimônio
O compromisso da Casa Fiat de Cultura com a perpetuação da memória, valorização da identidade e da cultura nacional, sobretudo, mineira, acontece desde sua criação. Nos anos de 2013 e 2014, a instituição realizou a completa revitalização e o restauro do histórico edifício do Palácio dos Despachos, tombado pelo patrimônio estadual e municipal, para abrigar sua nova sede na Praça da Liberdade.
O centro cultural também realizou, em 2013, o processo de restauração do maior painel de Candido Portinari em Minas Gerais, “Civilização Mineira” (1959). Desde então, anualmente são realizadas ações de conservação da obra. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o painel fica exposto para apreciação permanente do público em seu hall principal, contribuindo, desta forma, para a salvaguarda desta obra de grande valor para a história e a cultura mineira.
Mais recentemente, em 2021, a instituição realizou o restauro de três obras de Aleijadinho – Sant’Ana Mestra, pertencente à comunidade de Chapada de Ouro Preto/MG; São Joaquim, da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Raposos/MG; e São Manuel, do acervo da Paróquia de Nossa Senhora do Bonsucesso, em Caeté/MG – por meio de um ateliê-vitrine instalado em sua sede para que o público pudesse acompanhar cada fase do restauro. A Casa Fiat de Cultura também dedica uma parte da sua programação a temáticas ligadas ao patrimônio.