Operações logísticas que envolvem substância químicas, como líquidos inflamáveis, corrosivos, solventes, explosivos, são sempre um desafio, seja pelo custo associado ao tempo de transferência do produto para os tanques de recebimento, o cuidado requerido com o manuseio da carga ou sua integridade física, para atender especificações rígidas de qualidade e pureza.
Além das leis, que devem ser observadas e rigorosamente cumpridas, um meio de ampliar a segurança e a confiabilidade no processo de transferência da carga é a automatização do processo de análise química, essencial para fábricas de produtos químicos, refinarias de petróleo e terminais de combustíveis, que precisam conciliar a racionalização de custos com máxima qualidade e mínimo impacto ambiental.
“A amostragem manual e análise de laboratório para identificação do produto podem levar a atrasos, variações na qualidade do produto e desperdício”, ressalta Madjid Ouali, diretor para América Latina e Caribe da Vaisala, multinacional finlandesa líder em medições industriais, ambientais e meteorológicas. Segundo Ouali, outro método bastante usual, a medição de densidade, também pode ser falha para fornecer medição precisa, pois requer recalibração repetível, o que também aumenta seu custo.
Em substituição a essas amostragens, o especialista sugere a automatização do processo por meio do uso de refratômetros em linha. “A compensação automática de temperatura permite a identificação totalmente automatizada do produto, em tempo real, para eliminar o erro humano, melhorar a segurança do processo e reduzir o tempo de espera dispendioso”, afirma Ouali.
O índice de refração
Cada produto químico tem um índice de refração (nD) com valor distinto. Segundo o especialista, o refratômetro de processo em linha identifica os produtos químicos com base em suas impressões digitais de forma repetida, precisa e contínua. “Quando diferentes produtos químicos são carregados e descarregados de caminhões ou vagões para tanques de armazenamento em várias estações de descarga, é necessária uma detecção de interface rápida e confiável para transferência de custódia, identificação do produto e operação segura de descarga. O controle químico automatizado, baseado na medição em linha com refratrômetro de processo, dá celeridade às operações de carga e descarga, aumentando a eficiência do processo de transferência e diminuindo desperdícios, ao garantir que o produto químico correto, dentro das especificações, seja armazenado no tanque certo”, realça.
O refratômetro fornece saída com compensação de temperatura e pode ser definido na escala de preferência do usuário, de acordo com a operação logística. A solução tecnológica pode também ser aplicada para detecção de etanol, entre outros líquidos combustíveis, na água e na identificação química na linha de envase pelo produtor de lubrificantes.
“A medição de concentração de líquido é precisa em uma faixa de medição completa de nD = 1,3200…1,5300 correspondendo a 0-100% em peso. A automatização não requer manutenção regular ou recalibração e pode ser instalada horizontal ou verticalmente, sem arranjos de by-pass”, assegura Ouali. Segundo ele, a medição pelo refratômetro em linha de sólidos dissolvidos também não é influenciada por sólidos não dissolvidos ou bolhas no líquido.